quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

TEMA 20 - Aprofundando um pouco mais sobre a Cabala

No TEMA anterior, vimos como montar o mapa cabalístico à partir de um mapa astrológico tradicional. Vimos que sua estrutura muda radicalmente. Isso pode ser explicado. Há dois mil anos atrás, quem financiava os estudos da astrologias eram os reis. Queriam saber sobre o seu reinado, a riqueza, o povo. Interessava os acontecimentos externos. Não era preocupação saber sobre si mesmo. Todo o conhecimento astrológico caminhou para aqueles objetivos. Não é de se admirar que o mapa que reflete os acontecimentos externos não tenha nada a ver com o mapa que reflete as raízes do mais profundo de nossa alma.

Um roteiro para a análise de um mapa cabalístico precisa começar pelas análises mais amplas e abrangentes e aos poucos refinando a pesquisa para os aspectos mais particulares. A distribuição dos planetas entre as três colunas na Etz Chaim vai diferenciar a tendência com relação ao dar e receber, um tema importante na Cabalá. Define-se as coluna predominante pelo número de planetas em cada coluna. A Coluna da direita, a coluna de Hessed, vai mostrar uma tendência em ser mais expansivo, doador e compartilhador, enquanto a coluna da esquerda, a coluna de Din, representa o lado que recebe, que foca, que decide, mas restringe. A linha do meio, a coluna de Rachamim, representa o nosso lado físico, aquilo que pode ser observado, e equilibra as nossas necessidades correspondentes às colunas da direita e esquerda. É a coluna que liga Keter a Malchut, unindo todos os quatro mundos. Os efeitos são distinguidos no mundo físico, porém a fonte da alimentação de energias são o intelecto, os sentimentos e as emoções.

I. A distribuição dos planetas pelas colunas da Etz Chaim de João Carlos Martins:

A coluna que recebe o maior número de planetas é a coluna da direita, Héssed. Isso mostra que a personalidade, e mais do que isso, a propensão interna é de doação, da iniciativa, do empreendedor. É o lado sentimental, das possibilidades infinitas e expansivas. É a coluna onde encontramos as respostas, de onde os recursos próprios são extraídos. Essa coluna mostra que na vida interior não é predominante o tempo e o espaço. Sempre é possível realizar. Não há impedimentos, os obstáculos são minimizados. Entre as características que dão as forças para os planetas que a ocupam não estão as limitações. Tudo sempre é visto como uma realização possível, inundado de otimismo e força para realização. Não há limites ou fronteiras aonde que chegar. A coluna da direita está relacionada com o futuro e o elemento água, elemento predominante em seu mapa.

A coluna central do mapa tem menos planetas, porém pelos planetas que a ocupam, acaba sendo uma coluna importante que espelha as necessidade internas. Nessa coluna está a Sefira de Tiferet, é a Sefirá que integra todas as demais e como veremos mais tarde, o significado do planeta Saturno nessa Sefirá é uma grande força integradora do ego, que vai interagir com todas as forças das demais Sefirót.

A coluna da esquerda tem planetas suficientes para que não a torne uma faceta da personalidade com alguma fragilidade. Em particular, nessa coluna de Din, na Sefirá de Biná, estão os dois pontos que mostram a missão na vida atual. O Tikun e Kiron. Estão numa mesma Sefirá e num mesmo elemento. Isso mostra a grande importância da coluna de Din na configuração do mapa. 


II. A configuração global do mapa

Comparando ao mapa astrológico convencional o mapa cabalístico vemos que é bem diferente. Os planetas estão mais espalhados, não tem áreas vazias, as colunas estão com potenciais importantes, os elementos predominantes são água e terra. Os ritmos preenchidos com planetas, cardinal, fixo e mutável por toda a extensão do mapa.

Os elementos predominantes: água - terra

Esses elementos podem fluir muito bem juntos e se completam. Os planetas que posicionam-se nos elementos terra são complementares aos que caem no elemento água. O aspecto prático do elemento terra dá sustentação aos planetas em água que se ligam ao sentimento e emoção. Essa associação de água e terra confere amabilidade, doçura e generosidade, ao mesmo tempo que atribui forças de realização e produção. Esse tipo de predominância nos elementos é típico de pessoas bem ajustadas, integradas, mas que pode ter dificuldades para lidar com inovações e mudanças muito significativas. Lidam extremamente bem com o mundo que estão acostumadas, mas não realizam grandes voos de mudança no estado de vida que criaram. 



No post seguinte vamos analisar cada uma da Sefirot da Etz Chaim. Veremos o significado dos posicionamentos dos planetas de João Carlos Martins e uma comparação entre a estrutura da Árvore da Vida com a hipótese estrutural da psicanalise. 

domingo, 25 de dezembro de 2016

TEMA 19 C - A Montagem do mapa cabalístico de João Carlos Martins

Primeiro vamos exemplificar de forma objetiva como montar o mapa cabalístico. Tendo em mãos o mapa convencional, basta transpor as informações para o outro mapa. Duas tabelas são suficientes (acesse o TEMA 19A para mais detalhes).
                                                    
                                               TABELA I - POSIÇÃO DOS PLANETAS



Vamos começar a transferir os planetas para a Etz Chaim: 1) para as Sefirót, 2) para as linhas horizontais dos elementos (fogo, terra, ar e água), 3) para os demais caminhos que ligam as Sefirót, que representam os signos.

Na análise vamos verificar as partes da Etz carregadas (com mais de três planetas), as colunas verticais: a esquerda (severidade), a direita (compaixão), a coluna central (o equilíbrio, unidade), os mundos com maior número de planetas (Beryá, Ietsirá, Malchut), a configuração de cada Sefirá, com os planetas contidos, as relações com as outras Sefirót, e a divisão de cada Sefirá nos elementos água, terra, ar e água.

Por enquanto, vamos nos preocupar em montar o mapa cabalístico, depois analisá-lo.
                                                                             TABELA II

Construindo a Etz Chaim

I. Transportar os planetas do mapa natal convencional para as Sefirót 

Na Tabela I temos as posições dos planetas no mapa de JCM. As últimas linhas mostram as posições do ascendente e das casas. Essas últimas informações não são utilizadas, pois são calculadas pelo movimento do Sol. No mapa cabalista o que conta é o movimento da Lua. 

Seguindo a ordem dos astros que aparecem na lista e procurando na Tabela II a posição correspondente na Sefirá:

1. SOL 3Can 52'10'' - Sefirá de Chochmá

Na Tabela II, procuramos o signo de Câncer. É o segundo signo da tabela. O signo é do ritmo Cardinal e é do elemento fogo. O SOL está a 3 graus e 52 minutos e 10 segundos no signo. Procurando na coluna corresponde vemos o intervalo de 0 graus a 9 graus, o astro SOL deve ser colocado na Sefirá de Chochmá. 

2. Lua 10Pei 35'37'' - Sefirá de Iessod

Procurando o signo de Peixes, é o último da tabela. O signo é do ritmo Mutável e do elemento água . A Lua está a 10 graus de Peixes, 35 minutos e 37 segundosdentro do signo. Na coluna correspondente das Sefirót, de 10 a 19, encontramos Iessód.

3. Mercúrio 29Can 8'48'' - Sefirá de Chochmá

Procurando o signo de Câncer, segundo da tabela. O signo é do ritmo Cardinal e do elemento água. Mercúrio está a 10 graus de Peixes, 35 minutos e 37 segundos dentro do signo. Na coluna correspondente das Sefirót, de 20 a 29, encontramos Chochmá.

4. Vênus 5Can 51'27'' - Sefirá de Chochmá

Segundo da Tabela, o signo de Câncer é do ritmo Cardinal e do elemento água. Vênus está a 5 graus, 51 minutos e 27 segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 0 a 9 graus, encontramos a Sefirá de Chochmá.


5. Marte 25Can 1'25'' - Sefirá de Chochmá

Segundo da Tabela, o signo de Câncer é do ritmo Cardinal e do elemento água. Marte está a 25 graus, 1 minutos e 25 segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 20 a 29 graus, encontramos a Sefirá de Chochmá.

6. Júpiter 8Tou 24'58'' - Sefirá de Guevurá

Quinto da Tabela, o signo de Touro é do ritmo Fixo e do elemento terra. Júpiter está a 8 graus, 24' minutos e 58'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 20 a 29 graus, encontramos a Sefirá de Guevurá.


7. Saturno 11Tor 35'3'' - Sefirá de Tiféret

Quinto da Tabela, o signo de Touro é do ritmo Fixo e do elemento terra. Saturno está a 11 graus, 35' minutos e 3'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 10 a 19 graus, encontramos a Sefirá de Tiféret.


8. Urano 24Tou 22'56'' - Sefirá de Nétsach

Quinto da Tabela, o signo de Touro é do ritmo Fixo e do elemento terra. Urano está a 24 graus, 22' minutos e 56'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 20 a 29 graus, encontramos a Sefirá de Nétsach.


9. Netuno 22Vir 51'29'' - Sefirá de Malchut

Décimo da Tabela, o signo de Virgem é do ritmo Mutável e do elemento terra. Urano está a 22 graus, 51' minutos e 29'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 20 a 29 graus, encontramos a Sefirá de Malchut.


10. Plutão 1Lea 39'40'' - Sefirá de Guevurá

Sexta da Tabela, o signo de Leão é do ritmo Fixo e do elemento fogo. Plutão está a 1 graus, 39' minutos e 40'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 0 a 9 graus, encontramos a Sefirá de Guevurá.


11. Tikum 16Lib 32'27'' - Sefirá de Biná

Terceiro da Tabela, o signo de Libra é do ritmo Cardinal e do elemento Ar. Tikun está a 16 graus, 32' minutos e 40'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 10 a 19 graus, encontramos a Sefirá de Biná.


12. Kiron 20Can 24'0'' - Sefirá de Chochmá

Segundo da Tabela, o signo de Câncer é do ritmo Cardinal e do elemento Àgua. Kiron está a 20 graus, 24' minutos e 0'' segundos dentro do signo. Nas colunas das Sefirót, de 20 a 29 graus, encontramos a Sefirá de Chochmá.


Comparação entre o mapa astrológico convencional e cabalístico



Nos próximos temas vamos analisar o mapa cabalístico de João Carlos Martins, detalhando o significado de cada Sefirá, o significado dos planetas contidos nelas e aspectos da formação da Etz Chaim.

sábado, 17 de dezembro de 2016

TEMA 19 B - Estrutura Psiquica e a Arvore da Vida

Na psicanálise de Freud foi a primeira vez que se estudou sistematicamente o mecanismo psíquico da mente humana. Freud chamava a psicanálise de ciência da "alma". Não queremos aqui, adaptar as descobertas de Freud à Árvore da Vida (Etz Chaim), mas apenas identificar no processo dinâmico das Forças que animam a alma, alguns princípios defendidos pela psicanálise. Alguns princípios fundamentais da psicanálise explicam o mecanismo e a estrutura psíquica de nossa mente, da mesma forma que a Etz Chaim o faz através da astrologia.. Esses princípios servem para entendermos o nosso comportamento frente a vida.  A astrologia cabalística tem o objetivo de mostrar uma estrutura de personalidade com a qual lidamos com as necessidades da alma. Vamos primeiro colocar alguns princípios defendidos pela psicanálise e em seguida tentar entender como isso se reflete no dinamismo com que a cabala os enxerga no sentido de lidar com as Forças da Emanação Divina.

Três princípios importantes na psicanálise, e que lhe dão fundamentos, são os princípios da Estabilidade, da Inércia e da Integração do ego. Este tema está sendo escrito antes da análise do mapa cabalista de João Carlos Martins, para dar uma fundamentação mais rica nessa análise.


I. Os Princípios Fundamentais da Psicanálise

O princípio da Estabilidade

As perturbações do equilíbrio psicológico surgem na forma de necessidades e desejos. Buscam a satisfação e são motivo do comportamento voluntário. Uma tendencia básica do organismo é manter essas tensões (necessidades e satisfações) num nível estável e equilibrado. A teoria psicanalítica do ego se apóia em que sua função é pôr em prática o princípio da estabilidade, que age de forma a manter o nível de excitação constante, equilibrando os esforços para satisfazer as necessidades. Para realizar isso, são excluídos ou reduzidos os estímulos externos, aliviando a pressão das necessidades, impulsos e desejos.

O princípio da Inercia

Os padrões de comportamento inadequados para a estabilidade do organismo são repetidos até que se tornem automáticos e sejam executados com um mínimo de esforço. Com a experimentação inicial, na tentativa e erro, o aprendizado acontece com a satisfação da necessidade despendendo um mínimo de energia. A inercia (ou economia) da energia se dá com a substituição dos ajustes que provocam maior esforço. A experimentação, juntamente com a repetição, faz o organismo encontrar formas de equilíbrio que dispendam menor energia, ou que provoquem menores desgastes. O princípio da inércia impele o organismo a se apegar ao comportamento automático do passado, denominado por Freud de fixação.  

O princípio, ou função, de integração do ego.

Essa função do ego, integração, depende da capacidade de aprender com experiências passadas, para abstrair e distinguir. A integração faz com que novos comportamentos se ajustem à novas necessidades, integrando adaptações que mantém o estado de equilíbrio do organismo.

Assim, existe uma luta contínua entre a tendência do organismo de conservar os velhos padrões, dentro do princípio da inércia, e do desafio do crescimento e das novas circunstância, para que novos padrões sejam adotados. A capacidade integradora do ego é que determina o quanto a psique desenvolve uma consciência saudável da realidade.


II. Os princípios astrológicos na construção da Etz Chaim

Os signos obedecem duas grandes classificações. Triplicidades e Quadruplicidades. As triplicidades são signos classificados como Cardinais, fixos e Mutáveis. Quadruplicidades são signos dos elementos fogo, terra, ar e água. Essas classificações são para agrupar determinadas características semelhantes entre signos diferentes.

Signos Cardiais são Áries, Câncer, Libra e Capricórnio.
Signos Fixos são Touro, Leão, Escorpião e Aquário.
Signos Mutáveis são Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes.

As triplicidades, ou ritmos, agrupam esses signos por determinadas características em comum e os distingue através da quadruplicidade, pois cada signo de uma triplicidades (cardeal, fixo ou mutável) tem o elemento diferente dos demais signos de seu grupo.

O Princípio dos Signos Cardinais

Áries, Câncer, Libra e Capricórnio têm características em comum. São signos que dão um caráter para a personalidade de busca pelo novo. Pessoas com planetas com ênfase em signos cardinais manifestam a necessidade de movimento, atividades intensas e constantes, além de liderança, vontade e iniciativa. Esse impulso pela atividade intensa pode provocar um pouco de imprudência, sem uma correta avaliação de seus limites. Precisam fazer revoluções importantes na vida para não sentirem-se estagnados e insatisfeitos. Cada signo cardinal vai ter uma reação diferente a esses impulsos. Os elementos, fogo, terra, ar e água, vão dar a forma como isso se dá.

O Princípio dos signos Fixos

Escorpião, Touro, Aquário e Leão manifestam uma energia consolidada e estabelecida. São signos que demonstram segurança em seu modo de pensar, sem mudar de ideias pelo caminho. Existe um apego a esses pensamentos e sentem-se seguros com essa estabilidade. São preocupados em manter vínculos, cumprir promessas e compromissos à risca. Podem ter dificuldade em se adaptar a novas situações e com mudanças repentinas. Também nesses signos os elementos vão determinar a intensidade e forma dessas características.

O Princípio dos signos Mutáveis

Peixes, Virgem, Gêmeos e Sagitário estão sintonizados com as mudanças, a flexibilidade e maleabilidade, a capacidade de lidar com situações novas de maneira muito tranquila. São pessoas que se sentem à vontade com mudanças e se adaptam muito bem a elas. As características particulares de cada signo também são determinadas pelos elementos.


III. Fluxo da energia através das SEFIRÓT na sequencia das triplicidades

Na astrologia cabalística o objetivo é a evolução da alma, degraus da espiritualidade. Assim, as triplicidades são organizadas de forma diferente que na astrologia convencional. Como podemos observar na tabela do TEMA 19A, onde é mostrado como distribuir os planetas pela Etz Chaim, Chochmá, Biná e Chessed recebem os planetas de signos Cardinais, as Sefirót Guevurá, Tiferet e Nétsach, recebem os planetas de signos Fixos e Chod, Iessod e Malchut planetas de signos Mutáveis. O caminho pela Etz Chaim, então, é feito na sequência: Cardinal, Fixo, Mutável. Com isso, a alma, em seu intelecto, emoções e sentimentos e no mundo físico e real, têm uma sequencia própria de manifestação das atividades. Primeiro de iniciativa e busca por novos sentidos, segundo pela tendência a se fixar em comportamentos adaptados e terceiro, pela busca de novas situações na realidade.

Esse fluxo de energia entre as Sefirót assemelha-se bastante com o modo de funcionar da psique, como vimos nos princípios da psicanálise. Não podia ser diferente, pois em ambos estamos falando da alma humana. O importante aqui é entender esse mecanismo. A semelhança do princípio da estabilidade com o ritmo Cardinal, o princípio da inércia com o ritmo Fixo (que Freud até denominou de fixação), e o princípio da integração com o ritmo Mutável.

Uma coisa que devemos ter em mente, para a análise de um mapa astral cabalístico, é que não estamos tratando de facetas da vida externa. Não é analisado a forma de ganhar dinheiro, a maneira como nos comunicamos, o ambiente familiar da infância...,etc, mas sim, as características de nossa alma e a iluminação Divina que recebemos. Na primeira Sefirá, sabemos como é nossa relação com D´us e como sua Luz chega até nós. Na segunda, Biná, a nossa energia para entender as coisas externas, as intuições que nos vêm e como coordenar tudo isso para um entendimento sadio. A terceira, Héssed, como lidamos com o sentimento de doação, a misericórdia. A doação é referente a tudo em nossos aspectos mental e emocional. Como podemos ver é um mapa para encontramos nossas potencialidades, capacidades e defeitos que precisam ser corrigidos. A Árvore da Vida é um roteiro para a nossa integridade, a interação das nossas ações para as coisas que precisamos e como alcança-las. Uma maneira de ver os princípios da psicanálise é, e não poderia ser diferente, em colo equilibrar nossas forças e energias para ter uma vida, tanto do dia-a-dia como espiritual, equilibradas, sem excessos, sem desperdícios, sem fantasias fúteis, mas com a consciência na realidade plena, uma realidade que vai nos levar para um crescimento interno.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

TEMA 19 A - Construção e Analise do Mapa Cabalistico : João Carlos Martins

Vamos dar inicio a uma análise completa de um mapa astrológico cabalístico. A ideia agora é passar por todas as etapas para a construção do mapa cabalístico, analisar e retirar todas as informações úteis no sentido de deixar a vida mais rica, atuar na execução do Tikun, conhecer os Anjos que dão a proteção para áreas difíceis e os Anjos que nos acompanham desde o nascimento. O objetivo é utilizar esse conhecimento para tornar a vida mais leve, utilizar potenciais adormecidos, amenizar sofrimentos e trazer a LUZ DIVINA conscientemente para a vida do dia a dia.

1. Cálculo do mapa astrológico convencional

Abordamos no TEMA 14 como calcular o mapa astrológico.
O site: www.astro.com.br -disponibiliza o cálculo gratuito do mapa, basta informar os dados de nascimento. Com o mapa calculado, utiliza-se as informações necessárias para montar o mapa cabalístico. Vamos utilizar duas tabelas desse mapa. Um deles, que trás os ângulos nos signos de todos os planetas e outros astros no momento de nosso nascimento. A outras tabela é da distribuição entre os elementos. Vamos construir e analisar o mapa de João Carlos Martins. Personalidade conhecida por todos, tanto pelo reconhecimento que alcançou como músico, como as dificuldades e superações por quais passou na vida e atualmente o esforço em atuar socialmente no comando de músicos carêntes. É regente da Orquestra Bachiana de novos talentos.

                           TABELA I
2. Posicionamento dos Planetas

Esta tabela mostra as posições de todos os planetas, o Tikun (ou como conhecido, Nódulo Lunar Norte), Kiron, A posição das casas astrológicas iremos utilizar para complementar alguns pontos do mapa cabalístico. A partir de agora, vamos nos referir ao Mapa Cabalístico com as iniciais MC e o mapa astrológico tradicional como MT. A leitura do posicionamento do planeta nesta tabela é pelo ângulo e signo em que está posicionado:
Sol : 3Can 52'10'' - Isso significa, que no momento do nascimento de João Carlos Martins (JCM), o astro SOL estava a 3 graus, 52 minutos e 10 segundos, na constelação de Câncer. Cada uma das doze constelações por onde o caminhar do Sol é visto da Terra. A posição do Sol no instante do nascimento é que determina o signo da pessoa. As doze foram divididas exatamente em 30 graus, totalizando os 360 graus e dividido em três decanatos. O primeiro decanato de 0 a 9 graus, o segundo decanato de 10 a 19 graus e o terceiro decanato de 20 a 29 graus. O trigêsimo grau é o grau zero da constelação seguinte. As 12 constelações representam os doze signos astrológicos.


                                                                                            TABELA II

3. Transferência dos planetas para o mapa cabalístico

Com as posições dos astros em mãos, basta consultar a tabela ao lado. Os doze signos representados por seus símbolos (abaixo uma tabela com os signos e seus símbolos. Os doze signos são classificados e três categorias: CADENTE, FIXO e MUTÁVEL. Essa é a grande diferença entre a astrologia convencional e a astrologia cabalística. Enquanto na convencional, o circulo do zodíaco mostra uma ilustração do céu no momento do nascimento, a cabalísta classifica os planetas em grupos para posicionar cada planeta nas Sefirot.  As Sefirot CHOCHMÁ, BINÁ e CHESSED recebem os planetas dos signos Cardinais num intervalo de angulo definido. NETSACH , TIFERET e GUEVURÁ de signos Fixos, HOD, IETSIRÁ e MALCHUT de signos Mutáveis. As classificações e ângulos utilizados, faz com que cada planeta dentro do grupo represente um elemento natural: fogo, terra, ar e água. Esse formato de apresentação faz com que o mapa astral seja uma representação da personalidade humana, em vez de representar facetas da vida de alguém.


Com a tabela das posições dos planetas em mão, vamos transferir os planetas do MT para o MC. Basta percorrer a lista dos planetas na TABELA I, verificar o signo e o angulo e procurar na tabela II , na coluna vertical o signo e na linha horizontal o ângulo. Por exemplo, a LUA, na TABELA I, mostra que está a 10Pei 35'37''. Procurando na TABELA II, o signo de peixes é o último da coluna vertical, o ângulo 10 graus 35' e 37'' é encontrado na segunda coluna, indicando 20 graus. Assim, a LUA será posicionada na Sefirá de Iessod. As colunas representam os intervalos dos decanatos. A primeira coluna, o primeiro decanato, de 0 a 9 graus, o segundo decanato, de 10 a 19 graus e a terceira coluna o terceiro decanato, de 20 a 29 graus. Dessa forma, transferimos todos os astros do MT para o MC, os 10 planetas, o Tikun (Nódulo Lunar) e Kiron.


TABELA III - Símbolos dos Signos
Cada Signo tem seu planeta regente. O signo de Gêmeos tem Mercúrio como planeta regente. Os planetas regentes também estão representados na TABALA II, bem como os elementos (fogo, terra, ar e água) de cada signo.
No próximo post iremos mostrar a transferência de todos os astros do mapa convencional para o mapa cabalístico.
Para a interpretação do mapa precisaremos ter os planetas posicionados nas Sefirót, saber em que signo estavam esses planetas e em que elemento o planeta pertencia. Essas informações estão todas na TABELA II. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

TEMA 18: Porque precisamos da Cabalá? O que ela pode nos oferecer?

B"H
Vivemos num momento de mudanças que nunca antes havia se apresentado aos seres humanos. A velocidade com que tudo muda, os valores de nossos filhos parecem não ter sido passados por nós, as pessoas correm, fogem, recolhem-se. Todos se protegem frente a tantas mudanças. Nas redes sociais encontramos pedidos de socorro, revestidos de sorrisos falsos ou maquiados. Já não temos a liberdade que tínhamos antes de poder expressar nossas opiniões sem que uma avalanche de "dedos apontando" nos fazem, internamente e disfarçadamente, nos sentirmos culpados ou então agredidos. Os conflitos entre as Nações multiplicam-se, o radicalismo religioso, camuflado, é justificativa para ataque covardes e insanos. A sociedade parece dissolver-se, sem aquela antiga sensação de estarmos numa comunidade atraídos pelos mesmos objetivos. O egoismo, egocentrismo nas relações pessoais, são tão constantes que o número de divórcios parece maior que o número de casamentos. A busca pela alma gêmea tornou-se uma ilusão. Todos querem desesperadamente o amor em meio a frustrações, decepções, humilhações. Parecemos fadados a viver sós mesmo que entre muita gente. Nossos objetivos de vida já não comportam a paz, a tranquilidade, o bem estar, mas apenas o dinheiro no banco. Os valores mais elevados do espírito estão sendo esquecidos.

Tudo isso nós já sabemos. O que não sabemos é que existe um ferramental para que possamos lidar com todos esses inconvenientes da vida. D´us não nos daria a vida se não nos desse uma maneira de vivê-la na mais plena condição de usufruí-la de uma forma completa e íntegra.

Nas postagens anteriores nós pudemos ver algumas gotas desse mar de sabedoria que D´us revelou aos homens. Um instrumento de auto-análise para a correção que precisamos fazer em nossa vida para que tudo isso seja possível.

A Cabalá é um sistema. Esse sistema tem como objetivo a elevação espiritual de nossas almas. Mas o que é exatamente elevar a alma para níveis mais altos?

A elevação da alma é trazer a Luz de D´us (Or Elohim) para a alma. Isso obtêm-se através das nossas atitudes diante da vida. A elevação, Iluminação, se dá com a conscientização das verdades Divinas. A verdade que anima a vida espiritual. Acho que para todos nós é impossível pensar que, a complexidade do corpo, da natureza, do mundo, existem apenas para trabalharmos, sustentarmo-nos, tirar férias para depois acabar tudo. Não tem sentido. O objetivo verdadeiro da vida é enriquecer o lado espiritual, que é eterno, atemporal, e repleta da verdadeira felicidade. 

Temos um ferramental valioso para alcançar esse equilíbrio da alma e a satisfação na vida. Com a conscientização do que somos, de nossa missão, do que precisamos realizar para alcançar esse equilibro, já é o suficiente para sentirmos que estamos fazendo a coisa certa.

A Cabalá, como já foi mencionado, tem alguns objetivos. Entre eles está o conhecimento da formação do Universo e o por quê ter sido assim, e o processo da criação do mundo no caminho da Iluminação. Num livro muito antigo, O Sefer Ietsirá (Livro da Formação), pela tradição escrito por Avraham (Abraão), estão todos os elementos para entender a criação e formulação de um sistema que culminou na Árvore da Vida e de todos os processos de análise da sua constituição. A Árvore da Vida (Etz Chaim) não é uma representação imutável, muito pelo contrário, é uma dinâmica de nossa vida refletido no Cosmos. O princípio desse sistema é de que as forças Divinas criaram tudo com uma mesma energia. Os céus, a terra, animais, o homem e o Universo, com as estrelas, os planetas e seus movimentos. Em tudo está impregnado da Força Divina, assim, o que acontece na Terra pode ser visto refletido nos astros. Tudo está diante de nosso nariz, e que mesmo não podendo enxergar, o movimento cósmico nos mostra. Nesse modelo sistêmico complexo, podemos saber dos princípios pelos quais viemos para a vida, a nossa missão, as correções que precisam ser feitas, o que está reservado para nós, e ao mesmo tempo, a liberdade que temos de fazê-lo ou não: o livre-arbítrio.

A Árvore da Vida (Etz Chaim) foi construída na forma como conhecemos hoje, pela interpretação que os cabalistas fizeram do Sefer Ietsirá. A única possibilidade do formato geométrico, de acordo com os dizeres nesse livro, é a que vemos hoje. Nela estão as letras que regem os signos (os signos, que são as contelações por onde caminha o sol visto da Terra), são mencionados nesse livro. Toda a estrutura, o significado, a dinâmica e a sua utilização já estava escrito há mais de 3.000 anos. Muitas coisas que só foram descobertas no século XX, no Sefer Ietsirá já era mencionado.

Temos a vida para ser vivida, temos um mapa do percurso, temos o porque ser assim e o mais importante de tudo para que tudo isso. A certeza de que tudo o que acontece está sendo coordenado por uma Força. A Força das Emanações de D´us, que fogem a nossa compreensão, mas que são significadamente atuantes no dia-a-dia de nossas vidas.

Começamos a estudar a Etz Chaim. Vimos as duas Sefirót, Chochmá e Bina. Vimos algumas letras, o Hei, o Shin. Vimos os elementos fundamentais da natureza, o fogo, terra, ar e água. Vimos como posicionar os planetas do sistema solar nessa estrutura da Etz Chaim, vimos como identificar os Anjos missionários da Ôr Helochim (Luz de D´us). Fizemos uma relação de todos os 72 Anjos, que derivam dos 72 nomes de Deus. De forma sintética, como conectarmos ao nosso Anjo para buscar forças na execução de nossa missão. Por último, vimos como a formação dos quatro mundos, Atsilut, Beriá, Ietsirá e Assiá, derivam do nome YHVH (Adonai), que aparece nas escrituras, quando são mencionados os Anjos de D´us.

Temos, de uma forma integrada, todos os elementos constituintes da Etz Chaim para conhecermo-nos, saber sobre a nossa missão e correção nessa vida (Tikun), nossas características mais profundas, aquelas que acompanham nossas almas, o processo pelo qual podemos escolher o melhor caminho para alçar a alegria e o equilíbrio. Agora, a partir dessa postagem introdutória, vamos poder visualizar na Etz Chaim como um todo, qual o roteiro que nos foi preparado para seguir o que a Providência Divina nos reservou. Não precisamos criar conflitos, desavenças, dificuldades, atropelos, se entendermos o porquê das coisas serem da forma como se apresentam.

Á partir de agora não veremos os elementos constitutivos desse mapa de forma isolada, mas utilizando todos os recursos nele disponíveis. Veremos a Etz Chaim inteira desenhada e descobrindo cada parte durante as postagens que usaremos para sua compreensão. Existe a maneira para descobrir a nossa alma gêmea, como enfrentar as dificuldades que se apresentam, pela conscientização, fazendo emergir da inconsciência cega e de escuridão, trazendo a Luz, recebendo as Emanações Divinas, as quais trazem o alívio para a alma, a tranquilidade serena da verdade, o bem-estar que o conhecimento dos processos da vida provocam no coração, a integração do intelecto com as emoções, desvendar os véus do mundos superiores para que essas Emanações cheguem até nós. Podemos experimentar os níveis alterados da consciência para o verdadeiro prazer da presença Divina e o prazer nas relações com as outras pessoas, nas relações sociais, afetivas, amorosas e familiares. Sabendo o porquê, como, para quê e as razões transcendentes que motivam as nossas vidas, podemos extrair do aqui e agora a realização plena de nossas almas.

Convido você a caminhar comigo por esse percurso através de nossas almas. Venha junto comigo descobrir os segredos encrustados em nós mesmos, perceber a verdade que nos anima a alma, os segredos mais profundos que nos habitam e dão o sentido para a nossa essência. Vamos caminhar de mãos dadas por terrenos às vezes áridos, mas que nos trarão a certeza de estarmos indo na direção correta.    

Que o Senhor, D´us Todo Poderoso, nosso Criador, nos abençoe nessa caminhada e coloque em nossas mãos a possibilidade de conhecê-lo, de trazê-lo para nossos corações e experimentar o prazer da vida em Sua presença.

Amêm

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

TEMA 17 - Integrando as Partes - Etz Chaim, Astrologia, Anjos e Cabalá

Até aqui vimos vários assuntos. Começamos a analisar as Sefirót (receptáculos) da Etz Chaim (Árvore da Vida), exemplificamos a astrologia cabalística com o mapa de Albert Einstein, falamos sobre o significado de algumas letras do alfabeto hebraico, mostramos a concepção dos Anjos no pensamento cabalístico e os posicionamos no sistema astrológico. Abordamos alguns aspectos da guemátria (estudo do valor das letras). Parece um emaranhado de pensamentos dispersos, mas foi necessário falar um pouco de tudo que faz parte do convívio com a dinâmica da Etz Chaim. Como em todo sistema de representações, nenhum de seus elementos podem ser vistos de forma isolada, correndo o risco de cair num entendimento fragmentado e dissociado. Todo sistema tem suas partes inteiramente correlacionadas e devem ser vistas na totalidade, as partes integradas numa interação de causa e efeito, com uma dinâmica retroativa, em que as partes são produto de seus próprios significados, trás o verdadeiro conhecimento. O conhecimento das causas de um fenômeno e como suas consequências agem na modificação de suas próprias causas. Aí está a grande contribuição de um sistema, e é a Astrologia Cabalistica que estamos tentando integrar para obter um conhecimento que pode causar as mudanças profundas em nossas vidas.

Essa visão de um sistema é chamado de Pensamento Complexo,  extensamente estudado por Edgar Morin, que ajuda muito a entender modelos sistêmicos, como é a Astrologia Cabalista.

Um passar de olhos sobre a Etz Chaim com esse método em mente pode ser muito interessante e iluminador.

A Etz Chaim é um modelo sistêmico onde está estruturado uma maneira de observamos todas as suas partes de uma forma integrada. As dez Sefirót são as energias criativas com as quais tudo no Universo foi criado. Tudo pode ser visto através desse sistema. Uma pessoa ou uma empresa. Do mais elevado e espiritual até o mais denso e físico. A Etz Chaim está estruturada para conhecer a essência do ser humano, a sua alma, ou uma organização, sua missão de existir. No livro de Shimon HaLevi ele explica como utilizar esse sistema para várias situações, a politica, a sociedade, um país, etc. A posição dos planetas na data de nosso nascimento são transferidas para a Etz e fica sendo a representação dos aspectos de nossa existência. Os caminhos, com os signos e as letras hebraicas associados, fornecem o caminho por onde podemos trilhar, é nossa escolha, todos os caminhos dão num só lugar, o Ên Sof (O Sem Fim). Ao escolher um caminho estamos colocando em prática o livre-arbítrio, embora a Providência Divina sempre atuar no sentido de vivenciarmos o que é necessário para a evolução da alma. Os erros, as dificuldades, as decepções, as frustrações são causas do nosso Tikun, mas também por nossas escolhas.  Todas as posições dos planetas, o Sol indicando o momento do nascimento, o regente de nosso Ascendente, todo o Cosmos no momento de nosso nascimento é mapeado na Etz Chaim e cada aspecto particular desse Cosmos tem associado a ele um Anjo.  O emissário de D´us para a emanação de suas Forças com o objetivo de dar o Sopro Divino para sua Criação. A Criação só existe por D´us estar constantemente emanando suas Forças. Através dos Anjos essas forças são canalizadas para o que precisamos, seja para um auxílio, para um agradecimento, para um fortalecimento. Está em nós a atitude de ir de encontro ao que está disponível. 

A partir desse TEMA vamos começar a olhar para a Etz Chaim como um modelo sistêmico e tirar dele os que precisamos para conhecermo-nos melhor.

No próximo post continuo a descrever as Sefirót, retomando a sequência que estava sendo dada no conhecimento de toda a estrutura da Etz Chaim.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

TEMA 16 - A Criação do Mundo, D´us e os 72 Anjos

Numa passagem da Bíblia (Torá), no livro de Gênesis (Bereshit), é relatado o sonho de Jacó. Estava deitado, apoiando a cabeça sobre uma pedra e teve um sonho. Nele via uma escada para o céu em que anjos desciam e subiam por ela. O texto da Torá menciona que a escada levava às portas do céu e que a escada tinha 72 degraus. Nesse sonho, Jacó, filho de Abraão, ouviu revelações de D´us. Nas revelações de D´us estavam as palavras sobre a descendência de Jacó e a terra prometida.
Nessa passagem da Torá, nos versículos descrevendo o sonho, é a primeira vez que o nome inefável de D´us é mencionado, YHVH (Yod, Hei, Vav, Hei), traduzido como Jeová. A partir dessa passagem esse Nome de D´us é mencionado constantemente nas escrituras. A citação do nome inefável de D´us e a menção dos Anjos foi objeto de estudo de diversos cabalistas no período Talmúdico. O fato de YHVH ser mencionado pela primeira vez justamente quando Anjos são mencionados também pela primeira vez na Torá devia ter um motivo.

O significado de YHVH na guemátria (um assunto da Cabalá tratando do valor das letras hebraicas).

Este é o nome impronunciável que aparece na Torá e traduzido como Jeová (YHVH).

A primeira letra é o Yod, tem valor 10. Pela Cabalá D´us criou primeiro as letras para depois criar as dez Forças da Criação. No primeiro versículo de Gêneses (Bereshit) aparece: "No princípio criou D´us os céus e a terra." Em hebraico está assim: "Bereshit Barach Heloim Et HaShamaim VeHetHaAretz". O verbo "criou" aparece antes do nome de D´us e a palavra "céu" em hebraico está no plural. Os cabalistas interpretam que Hên Sof (O Sem Fim) criou a D´us inicialmente. Depois de ter criado as letras, D´us pôde criar as 10 Emanações Criativas. As Sefirót. Com isso, foi criado o mundo da Emanação (Atzilut).
As duas primeiras letras (Yod e Hei), têm o valor de 15 (10 +5). Nesse mundo estão as almas. É o mundo da criação, Beriah. Yah (como são lidas a duas letras juntas), é outro nome de D´us.
As três primeiras letras, Yod, Hei e Vav, somam 21 (10+5+6). É o mundo da Formação (Ietsirá). Este nome de D´us Yachu foi objeto de muita especulação entre os cabalistas na permutação das letras associadas ao tetragrama YHVH, para alcançar níveis superiores de consciência.
As quatro letras juntas, Yod, Hei, Vav, Hei, somam 26 (10+5+6+5). É o mundo da Ação (Assyá).



= 10 + 15 + 21 + 26 = 72



Estamos vendo os 72 nomes de D´us em YHVH, os setenta e dois Anjos criados por D´us para manifestarem-se nos mundos mais densos e atuarem como emissários de Luz Divina. A cada mundo criado foi sendo adicionada uma nova letra e, a cada junção de letras, um novo plano espiritual mais denso, até o mundo de Assyá, o mundo físico. No plano intermediário D´us colocou os Anjos para que fossem os Emissários (Malachim) de suas Emanações , as Centelhas Divinas, e a essas centelhas podemos nos conectar através dos Anjos.