sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Tema livre: A previsão na Astrologia Cabalística

Como já foi comentado num tema anterior, D´us restringiu ao homem a possibilidade de fazer previsões. Olhar o futuro, predizer acontecimentos. Isso é profecia e somente escolhidos tem esse dom. Porém, a astrologia foi dada a ser conhecida para que o ser humano tivesse um conhecimento de sua alma e de sua missão durante os retornos da alma à vida. Para que possamos fazer a nossa correção (Tikun), precisamos estar conscientes do nosso papel na vida. É claro que podemos fazer isso sem a ajuda da astrologia, mas, se a conhecemos, temos uma rota mais segura do que precisamos fazer, do que precisamos corrigir e do que precisamos aprender. A ilustração ao lado é a foto de um folha para o estudo dos trânsitos. Aparecem os planetas mais impostantes para esse estudo (de baixo para cima, Marte, Júpiter, Saturno Urano, Netuno e Plutão). Horizontalmente, estão marcadas as posições dos planetas nas constelações, isto é, o percusso de cada planeta através dos signos de janeiro até dezembro de 2017. Estão desenhados em vermelho os trânsitos, marcando o período que eles refletem o que acontece no "aqui em baixo".

Na astrologia convencional (ou tradicional) as previsões são realizadas através dos trânsitos planetários. Trânsitos astrológicos são ângulos importantes (60, 90, ou 120 graus) entre o planeta que está em seu percurso normal hoje em sua órbita em relação a posição de outros planetas do nosso mapa astrológico natal, ou seja, os planetas na posição em que estavam na data do nascimento. Por exemplo. tenho Saturno a 21 graus e 56 minutos no signo de Sagitário. Os trânsitos importantes com esse Saturno natal no meu mapa (trânsitos com Saturno são sempre importantes), serão aqueles em que os planetas em suas órbitas atuais façam ângulos de 60, 90, ou 120 graus com esse meu Saturno natal, ou seja planetas que estejam passando por esse mesmo angulo (21 graus e 56 minutos) nos signos de Aquário (60 graus), Peixes (90 graus) ou Áries (120 graus), ou então, nesse mesmo angulo (21 graus e 56 minutos) em libra (60 graus), Virgem (90 graus) ou Leão (120 graus), serão trânsitos importantes a serem estudados. Esses trânsitos mostram as fases da vida pelas quais estamos passando. Pode-se fazer uma estimativa do futuro, mas será um tiro no escuro, pois as interpretações serão muito subjetivas e muito dependentes do que a pessoa escolhe como rumo para sua vida (o livre-arbítrio).

No parágrafo anterior abordamos sobre trânsitos. Eles podem ser muito úteis para entendermos as fazes pelas quais passamos pela vida. São principalmente importantes e valiosos quando os estudamos no momento que estamos passando por eles. Quanto mais próximo da data presente olharmos para os trânsitos, mais eles serão valiosos para um autoconhecimento, para corrigir algo em nós, para entendermos alguma dificuldade pela qual estamos passando. Fiz meus mapas e de minha família durante os últimos 30 anos, sempre no final do ano e para analisar como seria o ano que estava entrando. Foram raras as vezes que os trânsitos não refletiram o que estava acontecendo, e essas vezes foram com trânsitos que eu pude compreender e evitar que afetassem negativamente. O s momentos mais marcantes da minha vida eu pude observar acontecendo no momento exato desses ângulos com meus planetas natais.

Bom, e para a Astrologia Cabalística, é possível fazer essas avaliações? Existem trânsitos na Astrologia da Cabalá? Podemos fazer com o Mapa Astral Cabalístico o mesmo que fazemos com o Mapa Astral convencional?

Sim, sem dúvida nenhuma. Porém, pela própria estrutura da Etz Chaim, que privilegia  mais a estrutura de nossas almas, que facetas de nossas vidas, é difícil visualizar o transito. O mapa astral convencional é como uma ilustração do céu, o mapa da Cabalá é uma representação das forças de nossa alma.  Porém, podemos identificar os trânsitos pelo mapa convencional e analisá-lo no mapa cabalístico. Por exemplo, se estou passando por um transito de Saturno em sua órbita atual fazendo um angulo de  120 graus com com meu Sol Natal (em gêmeos), isso é um trígono entre Saturno e Sol. Ao envés de analisar o que é isso no mapa convencional, podemos analisar no mapa cabalístico. Tenho que procurar onde o Sol (natal) aparece nas Sefirót e nos caminhos de minha Etz Chaim. A análise será muito mais aprofundada, verificando o que se passa em minha alma de acordo com o transico que está acontecendo. Na Cabalá tem uma frase que se repete muito: "Aqui em baixo como lá em cima". Analisar aspectos com o Tikum são particularmente ricos. Temos o significado do planeta na Sefirá e o significado do planeta em transito fazendo ângulos importantes com planetas nas diversas Sefirót de meu mapa cabalístico. Esses trânsitos mostram o que se passa com minha alma a nível intelectual e emocional, com o Tikun, Kiron e a Lilit.

Pesquisa sobre identificação de Problemas mentais segundo o mapa cabalístico


Pesquisa aberta
Identificação de problemas mentais pela astrologia cabalística

A astrologia da cabala trás um mapa da alma, onde estão as raízes dos problemas mentais. Especialmente nas Sefirot no mundo intelectual de Séchel.
Estou fazendo uma pesquisa, com objetivo de comprovação estatística, na identificação, com um elevado nível confiança na de problemas mentais e psíquicos, como alzaimer, depressão e ansiedade, pânico, neurose, fobia social, psicose e manias, inclusive a psicopatia. São doenças metabólicas que podem ser aliviadas e até controladas com medicação, com exceção do Alzheimer. Mesmo assim, a Etz Chaim trás caminhos para aliviar esses problemas, porém não é descartada a necessidade da medicação. Pessoas interessadas em ter um feedback sobre esse assunto no mapa de parentes, ou de seu próprio mapa podem enviar os dados por e-mail, não é necessário identificar de qual pessoa se refere.

Os dados necessários para o cálculo do mapa cabalístico:
Data de nascimento: dia/ mês/ ano de nascimento
Local de nascimento: a cidade natal
Se possível o horário de nascimento.

Os planetas Marte, Saturno, Plutão, Mercúrio, se posicionados em determinados lugares da Etz Chaim, combinando com as letras dos caminhos e o elemento da Sefirá onde está posicionado, pode alertar para a presença ou potencial desenvolvimento dessas doenças. Juntamente com os dados, se tiver o problema mental, por favar indicar (opcional).

E-mail para enviar os dados: gilberto.gerstler@gmail.com

Blog de Astrologia Cabalística: astrologiazohar.bogspot.com.br

Obs: sigilo e confidencialidade das informações, com o feeedback que será encaminhado para o e-mail do solicitante, informando o resultado. Não é necessário se identificar.

As informações serão utilizadas apenas para estudo estatístico das ocorrência desses problemas segundo as revelações da Cabala nessa área.

Agradeço a participação

TEMA 10: Folha para o Mapa Astral Cabalístico



Neste TEMA iremos mostrar a folha para montagem do mapa astral cabalístico.

Elementos da folha do Mapa Astral:

1. Etz Chaim
2. Elementos fogo, água, terra e ar nas Sefirót
3. Tabela para colocação dos planetas nas Sefirót
4. Correspondencias dos planetas com o mapa convencional
4. Tabela das letras hebraicas com respectivos valores


A folha para montar o Mapa Astral Cabalístico tem todas as informações para personalizar a Etz Chaim. Os planetas são colocados nas respectivas Sefirót de acordo com a posição dos planetas na data de nascimento. Basta ter as posições dos planetas nos signos e seus respectivos ângulos para transpor na Etz Chaim seus posicionamentos.

A análise segue o seguinte roteiro:

1. Calcula-se o signo  e o planeta da tônica do mapa através da numerologia do nome do dono do mapa e de sua mãe (será descrito mais para frente esse cálculo).
2. Número de planetas nas colunas para determinar a mais carregada.
3. Análise das Sefirót mais carregadas (com mais de três planetas).
4. Análise das Sefirot vazias.
5. Distribuição dos planetas no mapa, área mais carregada de planetas.
6. Caminhos carregados (mais de três planetas).
7. Elementos em destaque (terra, água, fogo e ar)
8. Análise de cada planeta e cada Sefirá.

Observações:
 Em Chochmá é possível avaliar a presença de uma doença mental
 Em Malchut é possível avaliar a presença de alguma doença física

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Tema 9: A Astrologia e o Judaismo

Até agora viemos conversando objetivamente sobre a Etz Chaim, descrevendo as primeiras Sefirot, as letras hebraicas que caracterizam os caminhos, os planetas que regem essas áreas e os elementos fogo, água, ar e terra. Porém, como o Judaísmo enxerga todos esses assuntos? É contra, é à favor, é proibido, é estimulado a estudar?

Para responder  essas perguntas vamos nos remeter aos sábios que interpretaram a Torá, o Talmud e estudiosos da Cabalá. Moshé Chaim Luzzatto, nascido em Pádua, Itália, no ano de 1707. Também conhecido como RaMChaL, pelas iniciais de seu nome, é conhecido pela sua obra O Caminho dos Justos (Messilat Yesharim), uma obra clássica sobre piedade/devoção. Nesse livro encontramos um caminho para a santidade. Porém, um outro livro, O Caminho de D´us (Derech HaShem), é uma síntese de todo pensamento judaico. Um livro com quatro partes: O Fundamento, A Providência, A Alma e Servindo à D´us. Ramchal sintetiza em poucas páginas cada assunto ligado á religião judaica. Entre todos os assuntos, dois deles, são importantes para responder ás nossas perguntas.

Na primeira parte, O Fundamento, no capítulo intitulado O físico e o Espiritual, e na segunda parte, A Providência, no capítulo A Influência das Estrelas, Rabbi Moshé Luzzatto disserta sobre as forças da natureza criadas por D´us e as estrelas como reflexo. As citações abaixo foram extraídas desse Livro, O Caminho de D´us.


"A criação de modo geral consiste de duas partes básicas: o físico e o espiritual.
O físico é o que experimentamos com os nossos sentidos,  e isto, por sua vez, é dividido em terrestre e astronômico. O Astronômico inclui corpos celestes como as estrelas e os planetas. O terrestre inclui tudo o que está na esfera inferior: a terra, a água, e a atmosfera, e todas as coisas detetáveis neles contidas.
O espiritual é composto por todas as entidades que não são físicas e que não podem ser detectadas por meios físicos. Elas, por sua vez, estão divididas em duas categorias: almas e seres transcendentais.
As almas compreendem uma classe de entidades espirituais que estão destinadas a a entrar nos corpos físicos. Elas existem para ficarem circunscritas por e fortemente ligadas a esses corpos, agindo sobre eles de várias maneiras, em épocas diferentes.
Os seres transcendentais compreendem uma classe de entidades espirituais que não são entidades destinadas a serem associadas aos corpos físicos. Eles estão divididos em duas categorias. A Primeira categoria é composta pelas Forças (Kochót) e a segunda, pelos anjos."

É sobre essas Forças que no outro capítulo, Ramchal irá falar sobre as estrelas.

"Na primeira seção, examinamos como todo fenômeno físico tem suas raízes entre as Forças transcendentais. Então, quando esses fenômenos estão assim enraizados de todas as maneiras possíveis, eles devem refletir-se e transmitir-se a uma coisa física, na forma necessária.
Por esse motivo, as estrelas e os planetas foram criados. Através de seus ciclos, todos os fenômenos enraizados no reino espiritual são transmitidos e refletidos às suas contrapartidas físicas. Aí então, eles podem existir no mundo terrestre, numa forma adequada.
O número de estrelas, assim como os níveis de suas diversas divisões, foram designados, todos, da maneira julgada necessária e mais adequada pela Sabedoria Suprema para esse processo de transmissão.
A capacidade de existir de todas as coisas terrenas é influenciada pelas suas respectivas estrelas. Através dessas estrelas, sua essência é refletida de seu aspecto lá no alto, entre as Raízes e aqui na terra."

Resumindo numa frase, Rabbi Moshé Luzzatto, menciona a existência de Forças espirituais transcendentes. Essas Forças atuam sobre a existência física e essas influências são refletidas pelas estrelas, por suas  posições e divisões no céu.

É necessário ler o texto na sua totalidade para entender o raciocínio desenvolvido por Rav Luzzatto para explicar todo o processo de interação entre as Raízes, forças transcendentais que atuam sobre o nosso mundo físico.

É importante mencionar, também, que Ramchal cita a astrologia como ferramenta para ajudar a ter uma visão mais clara do mundo físico, porém, que D´us estabeleceu limites para esse entendimento e acesso, pois o livre arbítrio existe e pode alterar as energias e forças estabelecidas.

"No entanto, também é possível que essa influência estelar seja superada por um poder maior, Normalmente, isto acontece, e consequentemente nossos sábios nos ensinam que "Não há uma constelação (Mazal) para Israel". O poder dos decretos e da influência de D´us é maior que o das estrelas, e o resultado disso, então, depende da influência maior, antes que da influência astrológica".

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Tema 8: A Sefira de Biná

A segunda Sefirá que iremos discutir é Bina. Já conversamos sobre a Sefirá de Chochma, onde existe a centelha do pensamento intuitivo e transcendente, agora a Sefirá de Biná, Entendimento, aonde a reinterpretação do mundo através das lentes Chochmá é direcionado, tomando forma, discernindo as idéias e estruturando o pensamento racional, lógico e causal.

Segundo Deepak Chopra, temos 100 mil pensamentos por dia, sendo que 95% deles são repetidos a cada dia. Esse é o processo de Chochmá. No mundo transcendente de Chochmá o pensamento está livre, fora de nosso controle. Lá são criadas imagens, símbolos, pensamentos e todos sem o nosso comando. Um único pensamento pode ficar se repetindo milhares de vezes sem que consigamos parar, até que ele se torne uma verdade, mesmo que totalmente longe da realidade. Então é nesse emaranhado de pensamentos que entra a energia estruturadora da Sefirá de Biná. A chave para criar mudanças está em, primeiramente, reconhecer hábitos da mente. A função da Sefirá de Biná é a de absorver a centelha da Chochmá criativa da reinterpretação e redirecioná-la segundo uma nova maneira de pensar. A mudança que podemos fazer, de erros repetitivos e reincidpentes, da inflexibilidade da mente de Chochmá, exige um envolvimento consciente na transição da centelha do pensamento de Chochmá para o fluxo da maturidade do pensamento em Biná.

Em contraposição, os pensamentos livres que percorrem a mente pelo fluxo de Chochma, também podem ser bons pensamentos, positivos e construtivos. Nesse caso, aproveitando a força de Chochmá, a repetição desses pensamentos só trará benefícios.

Dessa forma, temos duas canalizações das energias dos fluxos mentais, uma livre e subconsciente, outra, estruturadora e consciente. Cabe ao bom uso dessas forças alimentar pensamentos construtivos ou redirecionar pensamentos destrutivos. Essa administração das energias psíquicas está a cargo totalmente de nossa vontade. Esse é o livre-arbítrio dado por D´us. Somos donos de nossos destinos se soubermos como direcionar nossa vontade para o próprio bem estar e saúde.

Como podemos ver na ilustração no topo da página, Chochmá é regida pelo planeta Urano e Biná é regida pelo planeta Saturno. Urano atribui uma característica de rebeldia, criatividade, impulsividade, inovação, sem a noção de espaço ou tempo e atitudes inesperadas, enquanto Saturno atribui um comportamento estruturador, disciplinador e dotado de tempo e espaço. Esses planetas são a expressão das duas Sifirot (plural de Sefirá). Na Etz Chaim natural, esses são os lugares dos dois planetas. Numa Etz Chaim pessoal, outros planetas podem estar no lugar de Urano e Saturno. Assim, os fluxos de energia mental terão características conforme os planetas que as ocupam. Como vimos no mapa de Einsteim, em Chochmá aparecem os planetas Mercúrio e Saturno, que dão as características possuídas por Einstein nessas áreas. Em Biná aparece o planeta Vênus. Esse planeta, na área do elemento fogo, no topo da Sefirá de Biná, vai determinar uma energia estruturadora do fluxo de Chochmá direcionada para a beleza, como veremos na análise no mapa cabalístico de Einstein, no Tema 5. Nesse TEMA: O Mapa Astral Cabalístico de Einstein, estará desenvolvida a análise desse posicionamento de Vênus, juntamente com o que vimos dos significados das Letras Hei e Shin, integrando com a  posição de Saturno e Mercúrio em Chochmá, que já foram discutidos.

Nesse mundo de Beriyá, a inata natureza da mente, onde fluem as energias de Chochmá, Biná e uma terceira Sefirá que veremos, Daat (Conhecimento), as emoções não estão presentes, apenas as forças da mente. Em Daat, através de um canal para o mundo de Yetsirá, o plano das emoções, as energias mentais se conectarão com as energias dos fluxos das Sefirot por onde fluem as emoções e sentimentos.




quarta-feira, 19 de outubro de 2016

TEMA 7: Significado da Letra Shin

O entendimento do significado da letra hebraica é um exercício de concentração e observação da própria articulação, gesticulação para pronuncia-la. Veremos isso mais adiante. O Shin é a letra do caminho que representa o elemento fogo. Shemesh é sol, esh é fogo. Nas próprias palavras a letra que dá a tônica da pronuncia trás a sua energia e sua manifestação. A letra Shin parece uma fogueira com três chamas. É o fogo ardendo, queimando sem parar, constantemente alimentado pelo ar. Esh, em hebraico, fogo, escreve-se com a letra Shin e a letra Alef, Alef é a letra que representa o elemento ar. Esh, fogo e ar, ambos nutrindo-se reciprocamente para não terminar, em constante mudança, porém com uma suficiência dos elementos que nutrem suas chamas. A palavra Shadai, um dos nomes de D´us, começando com Shin, significa Suficiência. Shin é a letra que faz com que expressemos a suficiência do que temos para manter a energia, a alegria, o sorriso. Shchok, significa riso.
Vamos nos atentar para a gesticulação para expressar a letra Shin. O som do Shin aparece quando apertamos a língua contra os dentes inferiores para que o ar saia e em seguida a língua impede que a boca se feche ficando entre os dentes. O “ene” mudo de Shin provoca isso. Se fosse Shim, com “eme” mudo no final, a boca se fecharia. O que isso parece mostrar? É como se quiséssemos pedir paz, exalando o ar de dentro do pulmão, que sai espontaneamente, e não deixa que as portas de sua liberdade se fechem. Shin é a letra tônica de Shalom, paz. Suficiência na paz. Estar satisfeito na tranquilidade da alegria. Satisfação pelo que é.

                                                           Shin

Fogo que queima eternamente em minha alma
Aquieta-te no silêncio da tranquilidade plena no meu peito,
Erga-te paz que abita a essência de meu ser
E com a letra Shin
Crepite constantemente em chama a minha alegria.


O dia santificado por D´us, em seu descanso na Criação do Universo, começa com Shin. Shabat. É o descanso em meio a mudança e a suficiência, a criação do mundo e seu termino. E D´us viu que era bom! Era o suficiente.

Shchok é sorriso. O sorriso mantém uma satisfação na alma enquanto está nos lábios. Viva o Shin mantendo um sorriso leve no rosto, sem esticar os músculos da boca, mas enrijecendo suavemente todos os músculos do rosto. O sorriso se abre espontaneamente. Isso vai fazer com que sintamos uma satisfação constante e todos são contagiados.

Tema 6 : Introdução ao Significado das Letras Hebraicas - A letra Hei

Vamos começar a estudar as letras que caracterizam os caminhos da Árvore da Vida. Originalmente, como acontecem com os signos, que foram criados com a observação das constelações, toda Etz (Árvore) foi construída à partir das letras do alfabeto hebraico. A Cabalá diz que o Universo foi construído com as letras do alfabeto.

Uma pausa importante para entender o que é isso. O que significa dizer que o Universo foi construído com letras? Será que D´us precisava de letras para criar o mundo, como nós as usamos para escrever? Qual o sentido disso?

O alfabeto hebraico tem os formatos como apresentam hoje apenas à partir dos últimos três milênios, antes tinham formas semelhantes, que foram se aproximando cada vez mais do que são hoje. O que diferencia uma letra da outra é o som formado por cada uma delas. Mais que o som, a forma como gesticulamos para que seus sons sejam emitidos. Existem grupos de letras que são gesticuladas à partir dos lábios, da ponta da língua, do palato, da parte anterior do palato, com a garganta, etc. Com essas gesticulações os sons são emitidos.

A primeira letra que vamos estudar é a letra Hei, como mostra a ilustração no início do texto. Pronuncia-se essa letra como a palavra em português “rei” (realeza). O Hei é pronunciado a partir do ar emitido pela garganta.  Experimente falar várias vezes e cada vez mais lentamente a palavra “rei” e vc perceberá que a sensação é de um raaaaa..., uma exalação de ar de dentro dos pulmões. É uma letra exalada, expirada, pronunciada usando o ar dos pulmões.

São estas gesticulações necessárias para emitir o som das letras que importa para entender o significado de cada uma delas e como elas caracterizam os caminhos da Etz Chaim (Árvore da Vida). É assim que o Sefer Ietsirá menciona a criação do Universo por D´us através das letras. Foi criado com o vários “sopros” Divinos, da mesma forma como aparece na criação do homem.

“Formou Ad´nai Heloim (Senhor D´us) o ser humano do pó da terra, e soprou em suas narinas o alento da vida, e o homem tornou-se um ser vivente” (Gênesis 1:7)

É dessa forma que vamos estudar cada letra de cada caminho da Etz Chaim. Através de sua gesticulação, sua pronuncia, seu formato (que se assemelha aos antigos caracteres), para captar a energia contida. São energias que se encerram nas letras que dão seu caráter sagrado, tanto pela referência da Criação por D´us, como da força espiritual que as anima.

No segundo capítulo do Sefer Ietsirá aparece o seguinte verso:

Dez Sefirót do nada
E vinte e duas letras [da] Fundação:
          Três Mães
Sete Duplas
E doze Elementares.

No trecho do Sefer Ietsirá as 22 letras do alfabeto hebraico são mencionadas como a Fundação, pois através delas que o Universo foi criado. Delas originaram as 10 Sefirót e os 22 caminhos. A Árvore da Vida (Etz Chaim) não aparece em nenhum livro a não ser pelos estudiosos, que construíram o formato como a conhecemos hoje, estudiosos da Cabalá.. É a forma geométrica que consegue comportar dez Sefirót, três linha horizontais (Três Mães), sete linhas inclinadas (Sete Duplas) e as doze linhas verticais (Doze Elementares). Como o formato da Árvore, seus nomes também não são mencionados no Sefer Ietsirá. Seus nomes foram retirados de dois, entres muitos versículos, que se referem aos seus nomes:

“Com Sabedoria D´us estabeleceu a terra, com Entendimento a firmou nos céus e com seu Conhecimento as profundidades foram quebradas.” (Provérbios 3:19-20).

“Teus. ó D´us, são a Grandeza, a Força, a Beleza, a Vitória e o Esplendor, por Tudo no céu e na terra; teu, ó D´us, é o Reino....” (Crônicas I, 29:11).

No Zohar a palavras Grandeza aparece como Amor (Chéssed) e a palavra Tudo como Fundação (Iessód).

Assim, entendendo o que as letras representam, tanto na Criação do Universo, na caracterização dos caminhos da Etz Chaim, da forma como percebemos os sons criados e a maneira como os gesticulamos, vamos analisar o significado de cada letra. Essa parte da Cabalá teórica é utilizada na Cabalá meditativa, são meios para alcançar estados alterados de consciência. Essa matéria será usada para um estudo detalhado dos 72 nomes de D´us depois que acabarmos de entender a Astrologia Cabalística.

Vamos para a análise da letra Hei.

O nome da letra Hei do Aleph Beit (alfabeto) significa “veja” ou “olhe”. É um chamado de atenção para focar-se em algo.
O Hei é a letra mais frequentemente ligada aos nomes de D´us. Como em Hya e Heloim. A mais sagrada configuração do Nome Sagrado YHVN, tem dois Hei.
O Hei é uma das letras mais suaves na pronuncia hebraica. Existe o Reish, o Chet, que são fonemas similares, mas não possuem a suavidade do Hei, uma simples respiração, uma exalação do ar, quase como se tentássemos colocar o nosso interior para fora.

Quando a letra Hei sussurra em nossa consciência, podemos ter a certeza de que estamos num estado santificado. O som vem com a contração do diafragma fazendo com que o ar que passa pela garganta emita o som do Hei. É uma letra  pronunciada de dentro do nosso corpo, do mais dentro que pode sair. O Hei pode ser observado na respiração ofegante depois de uma corrida. O fôlego, ou a falta dele, faz soar o som do Hei. O ar percorre todo o nosso pulmão, passa pelo esôfago, pela garganta e o som suave, quase como um respiro, semelhante a um suspiro.

Ar que nasce do mais profundo de mim
Que arranca farto de vida o meu espírito,
Sussurra suavemente como o som da brisa
Esse é o Hei,
Que exala meu ser e respira minha existência.

A poesia é uma forma de expressão que contém a capacidade de expressar sentimentos. É dessa forma que o Hei age em nós, é assim que a letra usada nos nomes de D´us atua em nossa alma. Daremos uma estrofe de poesia para cada letra que estudarmos. Teremos no fim vinte e duas estrofes que irão representar todas as energias da Criação, das energias que animam toda Criação.

O Hei avisa, alerta, “Veja! Está aqui! Aqui mesmo, dentro e diante e diante de você, está a expressão, a manifestação de D´us!”.  O Hei alerta para a vida, para a realidade, trás vida de onde  não tem, faz nascer a alegria de onde só vem tristeza.

Uma passagem da Torá ilustra muito bem como o Hei interfere no destino:

A Torá narra que D´us indica a fé de Abrão e de Sarai, sua esposa, adicionando um Hei em seus nomes. D´us coloca um Hei em Abrão e passa a chamar-se Abraão, e Sarai, passa a chamar-se Sara (substituindo um Yud por um Hei). Em seguida, apesar da idade avançada, Abraão engravida Sara. Concebe Isaac, iniciando toda a linhagem do povo hebreu. A letra Hei ajuda a santificar Abraão e Sara, simbolizando sua capacidade de manifestar uma nova vida. Isaac significa “riso”, “alegria”, que nasceu da infertilidade.

O Hei é um grito de alerta para renascer, para dar vida, para trazer luz à alma. Quando o Hei é pronunciado de forma interiorizada, trazendo o nosso eu para fora, pode encerrar um período de infertilidade, porém, dessa contração do diafragma, como se fosse um esvaziamento, a alegria, os sons do riso e do prazer voltam a ecoar em nossa alma.

O Talmud diz que D´us usou as letras Yud e Hei para criar o Universo. O Yud foi usado para criar o “Mundo Futuro”, ecia  o Hei, para criar “Este Mundo”. Quando o Hei se manifesta em nossa consciência, estamos sendo solicitados a prestar atenção no que está diante de nós, a olhar para as coisas concretas da vida, a fixar-se “Nesse Mundo”. Com a consciência dessa letra podemos estar mergulhados na energia de Ên Sof (O Infinito), que não nos perdemos, não tiramos os pés do chão apesar da transcendência.

Assim, com a letra Hei, podemos caminhar da Sefirá de Ên Sof para a Sefirá de Chochmá.

sábado, 15 de outubro de 2016

TEMA 5: Mapa astral cabalístico de Albert Einstein

A cada avanço que vamos fazendo na teoria, vamos também exemplificando concretamente no Mapa Astrológico, para ter um bom entendimento. Vamos analisar o mapa de Albert Einstein, Veremos como os planetas estão localizados e como podemos interpretar. Fica mais prático e agradável para perceber como a teoria pode ser aplicada. Para a construção do mapa astral cabalístico fica fácil em primeiro lugar calcular o mapa convencional, que encontramos gratuitamente em vários sites na Internet (deixarei os links para esses sites no final desta postagem). Com o mapa convencional em mãos, transferimos os planetas para a Etz Chaim (árvore da vida).
Vamos começar a "ler" um Mapa Astral Cabalístico. Ao lado temos as três primeiras Sefirót que estudamos até aqui. A sequencia do estudo sempre será esta. Estudar uma sequencia de Sefirot, fechando cada triangulo de referência, que representa um mundo (Assiyá, Beriá, Ietsirá , depois procurar a mística envolvida na parte estudada e em seguida ir completando o mapa de Albert Einstein. Por enquanto, não abordaremos como construí-lo, será tema para o final. Concentraremo-nos na análise para depois aprendermos como construir o nosso próprio mapa.
No diagrama acima temos as três Sefirót, que referem-se ao intelecto, ao pensamento. A primeira Sefirá é de Keter que não é preenchida, pois é a energia de Ên Sof. A segunda Sefirá (Chochmá) tem os planetas de Saturno e Mercúrio na parte correspondente ao elemento fogo (a parte de cima da Sefirá). O caminho entre Keter e Chochmá (a 1a. dupla) é regido pela letra Hê, do signo de Áries. Está preenchido pelos planetas Mercúrio, Vênus e Saturno (podemos ver que os planetas pessoais podem aparecer em vários lugares do mapa). A segunda Sefirá é a Biná. Ainda não a estudamos detalhadamente, apenas mencionamos que significa o Entendimento, porém me antecipo para que o estudo fique mais dinâmico. O segundo caminho que liga Keter a Biná (a 2a. dupla), que está preenchido pelos planetas Netuno, Plutão e Kiron, e regido pela letra Vav do signo de Touro. O terceiro caminho (1a. Mãe, que representa caminhos do elemento fogo). Está preenchido com os planetas Lua, Mercúrio, Saturno e Vênus. No final desta página do blog darei a relação dos planetas e signos (seus símbolos e denominações)

Dados de nascimento de Albert Einstein
Nascimento: 14 de março de 1879
Horário: 11:30
Local: Ulm, Alemanha

Análise inicial: referindo apenas a esse, Briá (Chochmá e Biná)
Planeta nas colunas: Direita (tem maior número de planetas)
Sefirót carregadas: não há ( carregado é ter mais de três planetas)
Sefirót vazias: não há
Planetas nos distribuídos: Briá (Chochmá e Biná)
Caminhos carregados: Hê - Aries
Elementos em destaque: Fogo

Por enquanto, a análise vai se ater a essa parte do mapa de Einstein. Esta postagem será para analisar o mapa depois de cada grupo de Sefirót estudado. No final de cada tópico será dada a referencia para está página.

O mapa cabalístico tem três linhas principais. A linha da direita, que tem o nome de Chéssed (igual a da Sefirá) é a mais carregada, dois planetas, Saturno e Mercúrio (no mapa completo essa linha continua sendo a mais carregada). A linha da direita, sendo a mais carregada, caracteriza uma capacidade para o amor (universal), misericórdia e generosidade. Podemos dizer que o lado sentimental é mais forte que o racional (racional não é o matemático, mas a percepção da vida pelo lado racional). Faremos alusão ao livro escrito por Einstein, "Como vejo o mundo", para retirar algumas evidencias de sua personalidade para conferir com suas características no mapa astral.

Saturno, que no mapa natural rege Biná, está em Chochmá o que, em geral, indica problemas e dificuldades com a linguagem e a expressão. Saturno em Chochma, especial na área do elemento fogo, indica algum problema mental. Chochmá é a sabedoria pura, ilimitada, que não passa pelo crivo da linguagem. Pela biografia de Einstein, ele tinha dislexia e chegou a ser considerado doente mental devido a demora para começar a falar na infância. Algumas fontes chegam a afirmar que ele só se tornou fluente na linguagem aos nove anos de idade. Sua genialidade manifestou-se justamente na capacidade de atingir o pensamento abstrato e na criatividade de caminhos inovadores de suas teorias. A presença de Mercúrio juntamente com Saturno nessa Sefirá equilibra de certa forma a energia de Saturno. Mostra a capacidade de se expressar de maneira original e irreverente. è uma contradição: por um lado a dificuldade de se expressas e usar a linguagem e, por outro, o jeito único e peculiar como se expressava. Irreverente, aéreo, parecendo em outro mundo.

Mercúrio na Sefirá de Chochmá

Mercúrio se sente muito à vontade na Sefirá de Chochma. Mercúrio é o planeta das comunicações e do modo de pensar, quando está na Sefirá do conhecimento e das ideias, o conhecimento abstrato, mergulhado nas águas da consciência primordial de Ein Sof, a pessoa pode agir livremente. Mercúrio indica a liberdade de pensar. Em termos práticos, a pessoa com esse aspecto possui uma mente livre, com idéias originais, que fogem ao padrão e que podem até mesmo, chocar alguns mais conservadores. A pessoa tem facilidade para expressar abstratamente, demonstra maestria nas comunicações e pode ter uma visão holística das coisas. A comunicação com o mundo espiritual é facilitada assim como a capacidade de tornar essa realidade acessível às pessoas. Temos o comunicador, o tradutor da linguagem espiritual para o mundo físico.

Saturno na Sefirá de Chochmá

Se Marte já de deixa vestígios na relação do indivíduo com suas ideias, isso é ainda mais verdade no caso de Saturno. Aqui temos a pessoa co dificuldade em acessar ou lidar com seu intecto. Potante, podemos ter dois tipos básicos de pessoa: aquela que se reprime, se abnega e regenera os próprios valores e ideias (talvéz por achá-los "sujos", "impuros" ou simplesmente "inadequados") ou aquela que possui una defasagem intelectual quando comparada à média das pessoas. Nesse último caso, a pessoa pode simplesmente ter mais dificuldades com algum tipo de inteligência (como a matemática ou lógica), pode indicar retardos (leves ou graves) ou pode ainda, apresentar problemas mentais graves (dislexia, distúrbio de atenção, afasia, esquizofrenia, psicoses, etc). O regente de Biná (Saturno) em Chochmá, se sente pouco à vontade aqui, o indivíduo pode se perder entre a razão e o fluxo intenso de ideias. A pessoa precisa aprender a lidar com esse fluxo desordenado de ideias e usar adequadamente a linguagem e razão.

As duas últimas colocações sobre Mercúrio e Saturno são os significados isolados desses planetas. A leitura deve levar em consideração a presença do dois planetas para uma interpretação mais pessoal. Porém, vemos que as descrições falam muito da personalidade de Einstein em sua maneira de pensar.

De uma forma geral, qualquer planeta que estiver em Chochmá irá falar sobre a maneira como a pessoa lida com o lado abstrato das idéias. Como é a consciência subjetiva e como consegue expressar as suas ideia próprias em relação ao mundo. Tem planetas que podem indicar doenças nessas áreas, formas como reage às ideias das outras pessoas e como se comporta com a sua própria maneira de pensar. Essa é uma área onde podemos entender as dificuldades e as facilidades com que as pessoas tem para lidar com o mundo das ideias, o mundo abstrato, subjetivo, não concreto.

Podemos analisar o mundo de Briá, que no mapa de Einstein é o mais carregado de planetas. Vamos analisar o fato de Briá ser o proeminente, depois veremos os planetas individualmente.
O Mundo de Briá é o mundo da parte da alma chamada de Neshamá e inclui as Sefirot de Chochmá, Biná e Tiferet. O mundo de Briá é o mundo superior, similar aos céus, que fica acima da altura dos olhos. è toda informação nova que se contempla com Tiferet, que está incluída em Chochmá e processada em Biná. O mundo de Biná revela o talento escondido em nós e que ainda não se realizou. Mostra a visão pessoal, a formação da singularidade do indivíduo e o modo de ligação teológica que o dono do mapa apresenta.

Vênus da Sefirá de Biná

Venus em Biná mostra o prazer pelo conhecimento. Veja que Biná também está ligado à Keter, ou seja, a forma de entendimento pode ser diretamente da fonte das ideia abstratas, da consciência de Ên Sof. Com Vênus em Biná a pessoa tem a capacidade de ser agradável e convincente na exposição de suas ideia. É o tipo clássico para o diplomata. A pessoa também tem gosto pelo assuntos de Biná. Essa colocação é muito comum em mapas de cientistas que amavam seu trabalho intelectual, ou pessoas que consideravam a si mesmas muito inteligentes, sentindo orgulho disso (Saturno em Chochmá impede esse tipo de manifestação na personalidade). São pessoas que provavelmente estarão a vida toda estudando, aprendendo e buscando formas enriquecedoras de aumentar sua sabedoria e conhecimento.

Ainda temos que analisar os três caminhos que conectam as três Sefirot. O caminho da letra Hei, que liga Chochma a Ên Sof (a 1a. dupla), o caminho entre Biná e Ein Sof (2a. dupla) e o caminho de Chochma para Biná (1o. Elementar).

Obs. O objetivo de estudar a astrologia cabalística é o de aproximarmo-nos o mais perto possível da Cabalá. Pois na Árvore da Vida estão todos os conceitas da Cabalá, tanto do Sefer Bahir, como do Zohar. Estudaremos as duas grandes partes da Cabalá: a teórica (conhecimento do Zóhar) e a meditativa (alcançar níveis de consciência alterada para um conhecimento transcendente).

--------------------------------------------- Final da primeira análise ----------------------------------------------
Com os novos elementos que agregamos ao nosso estudo, podemos avançar um pouco mais na análise do mapa cabalístico de Albert Einstein. O Objetivo desse estudo é extrair o máximo possível de cada elemento constituinte de um mapa, para que possamos enriquecer o conhecimento que podemos adquirir através dele. Fica fascinante a pesquisa estudando o mapa de uma personalidade, pois estaremos entrando no mundo interno de Einstein. Estaremos vivendo suas emoções, sua forma de pensar e ver o mundo como ele via. Conforme comentamos, o livro escrito por Einstein, "Como vejo o mundo", irá balizar e confirmar (ou não) os estudos e pesquisas que iremos fazendo ao longo dessa pesquisa. Os conhecimentos místicos, relativos ao Sefer Ietsirá, as correspondências na Torá, as referencias ao Zohar, são fontes riquíssimas de acesso ao abstrato, ao subjetivo, à alma humana. Esse é o nosso objetivo: escavar a alma humana em seus mais profundos segredos.

Continua.....

sites com o cálculo do mapa natal gratuito:

Astro Dientist - www.astro.com
É o site da astróloga Liz Grine em parceria com o primeiro programa de cálculo do mapa astral

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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

TEMA 4: Um pouco de misticismo


O Sefer Ietsirá ( Livro da Formação) é o mais antigo e mais misterioso de todos os textos cabalistas. Os primeiros comentários aparecem no século X, e citado já no século VI. Referências ao trabalho remontam o século I. A tradição considera sua existência desde os tempos bíblicos. A tradição atribui o Sefer Ietsirá a Abraão. Para o entendimento de seu conteúdo é necessário um paralelismo na literatura Bíblica e Talmúdica, quando as palavras começam a fazer sentido.

A Cabalá divide-se em três categorias: teórica, meditativa e mágica.

A Cabalá teórica é baseada fundamentalmente no Zohar, que trata principalmente dos processos e dinâmica do domínio espiritual. A Cabalá meditativa trata do uso de nomes Divinos para alcançar estados superiores de consciência. A terceira categoria, a mágica, está intimamente relacionada à meditativa. A tradição fala de meditações que podem influenciar ou alterar os eventos naturais, e em estados alterados pode-se canalizar poderes telecinético e espiritual. 

O Sefer Ietsirá é dividido em seis capítulos (a versão que estou usando). O primeiro capítulo trata extensamente das Sefirót. O segundo, uma discussão sobre as letras do alfabeto. Nos capítulos três, quatro e cinco discute-se as divisões das letras em letras mães, duplas e elementares, relacionadas ao Universo, alma e tempo, onde podemos encontrar um sistema astrologicamente estruturado e detalhado. O sexto e último capítulo discute os conceitos de eixo, ciclo e coração, que só aparece, mais tarde no Livro de Bahir, um livro sobre a Cabalá anterior ao Zohar. Esse último capítulo conclui com uma estrofe que vincula o Sêfer Ietsirá a Abraão.

Ao longo dos TEMAS iremos citar passagens do Sefer Ietsirá para uma abordagem mística da astrologia cabalística. No primeiro capítulo, a primeira estrofe menciona os 32 caminhos da Etz Chaim (os 32 caminhos). As frases da tradução foram dispostas de uma maneira diferente para realçar as menções do texto original (esta é uma tradução de Arieh Kaplan).



                                                                                                            Capítulo I: versículo 1
Com 32 caminhos místicos de Sabedoria
           gravou Yah
                o Senhor dos Exércitos
                o D'us de Israel
           o D'us vivo
                Rei do Universo
           El Shadai
                Clemente e Misericordioso
                Elevado e Exaltado
                que mora na Eternidade
                cujo nome é Sagrado -
                        Ele é sublime e sagrado
E criou Seu Universo
    com três livros (Sefarim)
                com texto (Sefer)
             com número (Sefar)
             e com comunicação (Sipur).


Vamos analisar cada uma das partes do texto. Em "Com 32 caminhos", os 32 caminhos referem-se às 10 Sefirót e as 22 letras do alfabeto hebraico, que representam os 22 caminhos. As letras e as Sefirót são a base para os elementos da Criação: quantidade e qualidade.

Nenhum dos nomes de D´us referem-se ao próprio criador. O Criador é apenas mencionado mediante as palavras Ên Sof (Sem Fim). Os nomes mencionados nas escrituras e em outros lugares referem-se aos diversos caminhos através dos quais D´us menifesta-se a si mesmo na Criação.

O nome Elohim, usado em todo o primeiro capítulo de Bereshit (Gêneses), refere-se à manifestação da delineação e definição da Criação. Cada um dos 32 caminhos serve para delinear e definir um aspecto da Criação em particular.

Em hebraico o número 32 é escrito com Lamed e Bet e é lido como Lêv, que significa coração.

A Torá é vista como o coração da Criação.A primeira letra da Torá é o Bet (Bereshit - No princípio). A última letra da Torá é o Lamed, da palavra Israel. As duas juntas também se lê Lêv. Os trinta e dois caminhos estão contidos na Torá, que o meio através do qual a Mente se revela.

Uma interessante abordagem entre as letras Bet (B), Lamed (L) e o Tetragrama Yod, Vav, Hê e Vav, podem servir como sufixos de pronomes pessoais:

Dentre todo alfabeto hebraico só há duas letras às quais estes sufixos , retirados do tetragrama e da palavra Lêv, podem se reunir, e estas são o Lamed e Bêt. Isto é, somente entre as letras, numa combinação duas a duas, obtemos o pronomes pessoais junto á palavra coração.

                   O texto do Sêfer Ietsirá:
Shloshim UShtaim Netivot Peliót Chochma      
                                            Com 32 caminhos místicos de Sabedoria 

A palavra hebraica usada para caminho é Netivot e não Dêrech (a mais comum e que também significa caminho). De acordo com o Zohar, há uma importante diferença entre ambas. Derech é uma estrada pública, uma rota usada por todo mundo, Um Nativ é uma rota pessoal, um atalho aberto por um indivíduo para seu próprio uso. É um caminho oculto, sem marcas nem sinalizações, que devem ser descobertos por si mesmo e caminhar pelos significados com suas próprias ferramentas.

Os 32 caminhos da Sabedoria são então chamados Netivot (a terceira palavra). São caminhos privados que devem ser desbravados por cada um. Não há uma rota definida. Cada indivíduo deve descobrir seu próprio caminho.

As 32 palavra Helohim (Deus), que aparecem no primeiro capítulo de Bereshit (Gêneses), é considerada no Talmud como um dos sete nomes sagrados de D´us. O nome Heloim refere-se à Midat HaDin, o atributo (Midat) de D´us, que julga e clama por justiça (Din).

Neste primeiro capítulo do livro de Bereshit (Princípio) encontramos a alusão aos 32 caminhos da árvore da vida. E cada uma das 32 vezes que Heloim é mencionado é associado a quatro verbos, disse, chamou, fez e vi.

Nos versículos onde aparece Helohim associado ao verbo "disse", aparecem 10 vezes, e estão associados ás 10 Sefirót.

As sete vezes que Helohim aparece acompanhado do verbo "chamou", estão associados aos 7 caminhos verticais, chamados de As Sete Duplas. Nesses 7 caminhos estão os planetas.

As três vezes que Heloim aparece acompanhado do verbo "fez", estão associados aos três caminhos horizontais, denominados As Três Mães. Nesses caminhos estão os elementos fogo, ar e água.

As doze vezes que aparece o verbo "viu" junto a Heloim, estão associados aos 12 caminhos inclinados, que são chamados de Os Doze Elementares. Nesses 12 caminhos estão os 12 signos. 




Temos, então, caracterizados na Etz Chaim os planetas, os signos e os elementos fogo, ar, água e terra. Além disso, a combinação de três Sefirot, excetuando Keter, temos também os ritmos, cardinal, mutável e fixo. A ordem como estão dispostos é exatamente como estão dispostos do mapa astral convencional. A diferença está na base referencial de cada sistema. Enquanto a astrologia convencional utiliza as áreas da vida, como: casa 1, como vejo o mundo, casa 2, como consigo acumular riquezas, casa 3, como me comunico...etc, a astrologia cabalística utiliza como base referencial as energias místicas da criação que estão presentes em tudo na vida e no mundo. É necessário rever todos os conceitos anteriores para entender como eles são interpretados nesse novo referencial. A convencional diz sobre a vida, a cabalística, sobre a alma.

Vamos voltar à construção da Árvore da Vida, analisando no TEMA 5 a Sefirá de Biná. Teremos o conjunto de Chochmá, o elemento fogo que liga à sefirá de Biná. Vamos analisar a Sefirá de Daat e os caminhos que ligam Chochmá a Daat e Daat à Biná.

Recorreremos ao Sefer Ietsirá conforme o desenvolvimento das Sefirót, para que tenhamos o entendimento mais profundo dos significados de cada parte da Etz Chaim.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

TEMA 3: Caminho de Shin - Conexão de Chochmá com Biná


Os quatro mundos em que a Árvore da Vida está dividida: 1) Atsilut, o mundo de Ên Sof, 2) Beriyá, o mundo do pensamento, tanto da sabedoria abstrata como dos pensamentos como entendimento. Nele estão contidas as Sefirót de Chochmá, Biná e Daat; 3) Yetsirá, o mundo das emoções e sentimentos. Nele estão contidos as Sefirót de Chéssed, Guevurá, Tiféret, Netsach, Hod e Yessod; 4) Assiyá, o mundo física de nossas sensações. Esses quatro mundos contemplam as características de nossas duas almas, a alma animal (Nêfesh Elokit) e a alma animal (Nêfesh Bechamit).

Já conversamos sobre a Sefirá de Chochma. Em síntese é um fluxo de energia onde flui um pensamento reativo, inconsciente, que brota na mente e é capaz de transformar-se numa profecia, que auto-realiza-se. Tudo que é pensado é considerado uma verdade. É tão enraizado o pensamento que se fixa no inconsciente e acaba se tornando um paradigma para quem o pensa. Como paradigma, e a certeza como é aceita, a atividade mental cria as suas próprias evidência dessa realidade. Isto é, a mente cria uma realidade interna desconectada da realidade. É transcendente.

A Sefirá de Biná, a próxima depois de Chochma,, por enquanto podemos dizer que é o entendimento racional das energias que fluem de Chochmá.

O caminho que liga Chochmá a Biná representa o primeiro elemento da natureza, o elemento fogo e a letra hebraica associada a esse caminho é o Shin.

Na ilustração, podemos ver quatro planos que separam o espaço que envolve o mundo transcendente e o mundo concreto. Atsilut, Beriyá, Yetsiá e Assiyá. Atsilut é o mundo de Ein Sof, o mundo sem fim de D´us. O segundo plano é Beriyá, o mundo onde estão as Sefirót que estamos estudando.

O mundo de Beriyá contém as Sefirót de Chochmá, Biná e Daat. Nesse mundo as energias que fluem entre as Sefirót são as energias originadas na Criação e usadas para ciar o mundo. Em tudo no mundo essas energias estão presentes. No mundo de Beriyá os fluxos referem-se ao intelecto, a mente consciente e inconsciente. O mundo onde convive o ser e o não ser. É o "mundo das ideias" de Platão. No Wikipédia, a teoria das ideias de Platão é sintetizada:

"A Teoria das Ideias ou Teoria das Formas é um corpo de conceitos filosóficos criado por Platão, na Grécia Antiga. Esta teoria assevera que a realidade mais fundamental é composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os únicos objetos passíveis de oferecer verdadeiro conhecimento. A teoria foi desenvolvida em vários de seus diálogos como uma tentativa de resolver o problema dos universais".

O diálogo de Platão que mais desenvolve essa teoria é Timeo. Encontrei uma versão muito boa na Internet. O tradutor e comentários de Rodolfo Lopes. Faculdade de Letras de Coimbra.

Nessa dimensão existe apenas as essências das coisas. Nele é pensado o cerne dos conceitos. Convive nesse mundo a possibilidade do ser e do não ser, que torna-se possível por essas energias estarem desvinculadas do mundo concreto e da realidade, até que atinja a terceira Sefirá que é Daat, que unirá a mente às emoções.

Para as energias. que descrevemos acima, Chochmá flui em direção a Biná (entendimento), o caminho pelo qual essa energia flui é no elemento fogo (letra Shin), a energia capta as características desse elemento. Assim, a energia que faz fluir o conteúdo de Chochmá para Biná é realizado tendo como fluxo energético o elemento fogo.

O elemento fogo é responsável pela energia universal radiante. Essa energia é transferida de forma inflamada e entusiástica. Jung definiu esse fluxo (do elemento fogo) como "núcleo dinâmico da energia psíquica". A energia do elemento fogo flui espontaneamente de maneira inspirada e automotivada. Os meios dessa energia fluir através da determinação, da fé em si mesmo, do entusiasmo, força e honestidade. A liberdade é o status necessário para ela fluir. Com tudo isso a energia do elemento fogo pode ser capaz de dirigir conscientemente o poder da vontade, que em Chochmá está sem forma e sem foco. A tradução do nome da letra Shin, que caracteriza esse caminho, literalmente significa fogo. O formato da letra Shin lembra uma fogueira (com três chamas). Três chamas voltadas para cima. A palavra Shin, bem como a palavra Shaná (ano), derivam da raiz Shiná, que significa mudança.

Veremos mais tarde, que cada Sefirá contém também os quatro elementos, dividindo-as em quatro partes. Fogo voltando seu fluxo para cima, terra para a esquerda, ar para baixo e água para a direita.
Com o estudo da Sefirá de Biná (á direita de Chovhmá) e Daat (a Sefirá que forma um triangula em Beriyá, poderemos discutir os fluxos mentais num contexto integrado, que pode começar a ser utilizado para o autoconhecimento e desenvolvimento.

Tema 2: A Sefirá de Chochmá


Chochmá é a Sefirá que guarda as energias mentais do acesso ao mundo das verdades Divinas. É uma Sefirá de energias muito sutis, as quais não temos condições para o controle objetivo de seu funcionamento. Não é o pensamento individual é o pensamento universal, o mundo das idéias do Ein Sof, do Sem Fim. Por isso nosso pensamento é tão arredio, tão indomável, tão incontrolável. Temos a impressão que a mente é algo externo a nós. Tudo se passa sem que tenhamos o controle do que queremos. O medo injustificável, o pessimismo sem motivos, a dor sem machucados.

Chochmá é uma energia, que se não tivermos um auto-controle sobre ela, pode nos levar do céu ao inferno num milésimo de segundo. A Sefirá de Chochmá se refere á consciência primordial de D´us e se não temos o controle para direcionar a sua atividade em nossas mentes tudo pode vir a refletir em nossas emoções, desde a alegria suprema até à dor mais insuportável.


Na astrologia cabalística, nessa Sefirá, é possível determinar as nossas potencialidades pessoais relacionadas a sua energia. Os planetas que ocupam essa Sefirá nos dão a consciência de como estamos mergulhados nesse mar primordial da verdade suprema e como a interpretamos. O segredo do controle desse animal indomesticável é a interpretação que damos aos seus conteúdos. 

Com o astro Sol em Chochmá podemos mostrar muita intuição, a criatividade natural e uma capacidade para inovação. O astro Sol retirá de Chochmá os pensamentos inovadores. Com o astro Lua em Chochmá a pessoa tem como característica uma intuição nata e muito profunda. Com a Lua em Chochmá a pessoa consegue administrar muito bem a razão e os sentimentos. Geralmente artistas tem essa configuração no mapa cabalístico. Com mercúrio em Chochmá, a pessoa age livremente com seus pensamentos, uma mente livre, com idéias originais, que fogem ao padrão convencional. Existe uma facilidade nata para lidar com as ideias abstratas. Einstein tinha mercúrio em Chochmá, Vênus nessa Sefirá é o posicionamento de uma pessoa carinhosa, meiga, calma e pacífica. É uma pessoa satisfeita consigo mesma.... Como podemos ver, as Sefirot são como um DNA da alma. No caso de Chochmá, a capacidade para acessar o mundo das idéias é possível de ser observável. A Sefirá de Chochmá existe para todos, porém o planeta que aparece nela vai dar a característica de como cada pessoa retira da consciência universal primordial a interpretação das situações que passa pela vida. Assim, apesar de ser um animal indomável, através de uma consciência emprestada de outros planetas, podemos direcionar as forças das energias de Chochamá. É o nosso livre arbítrio. Conduzimos nosso destino utilizando a consciência que queremos ter das situações que a providência divina nós coloca no dia-a-dia.
Aplicação do que entendemos sobre Chochma:

Vimos que a Sefira de Chochmá é o fluxo de energia que faz com que tenhamos uma conexão com a consciência primordial do Ein Sof.

Porém, esse mundo de pensamentos são como uma onda imensa nos engolindo. É necessário filtrar, organizar, decifrar e finalmente entender esse pensamento, que ainda é uma sabedoria, sem forma, sem palavras, sem entendimento. Pelo menos até a próxima Sefira que estudaremos: a Sefira de Biná.
Tanto Buda como o Rebe Nachman de Bratslav afirmaram a mesma coisa:
- "Você é aquilo que pensa, tendo se tornado naquilo que pensava".
As inspirações captadas por Chochmá, independente do planeta que a ocupa, são pensamentos que a mente aceita como verdadeiras, independente da realidade circundante. A energia de Chochmá é tão sutil e poderosa que faz a pessoa que a ouve ter a absoluta certeza de suas palavras.
Assim, é necessário um preparo e auto-controle muito grandes para que a sabedoria de Chochmá seja bem entendida por nós.
Se a energia de Chochmá pesca uma ideia do mundo de Ein Sof, esse pensamento penetra com tanta força em nossa mente que começa a fazer parte de nossa vida, começa a fazer parte de nossas certezas, começa a fazer parte de nossa verdade, por mais que tudo a nossa volta contrarie esse pensamento.
Como usar isso?
Da mesma forma que sabemos que se pegarmos uma arma ela pode disparar. Assim, se pegarmos em uma arma temos que saber usa-la, caso contrário, poderemos nos ferir.
Vamos por partes.

Primeiro, os quatro pilares da Cabalá, que mostram a nossa capacidade de fazer mudanças:


1. Emuná: Fomos dotados da capacidade de mudar tudo em nós mesmos.
2. Ratson: Extraímos as forças de nossa própria vontade.
3. Avodá: É necessário um programa constante de introspecção.

4. Cada sucesso que alcançamos, por menor que seja, é necessário festejar com alegria.

Esses quatro pilares fazem com que os pensamentos pescados pela Chochmá sejam criativos, transformadores, iluminadores e inteligíveis. Esses quatro preceitos da Cabalá tem suas raízes em seus próprios conceitos. São uma síntese prática do que a Árvore da Vida nos mostra como caminho.
Assim, através da vontade, da boa vontade, podemos extrair verdades que nos guiam para os nossos objetivos. De maneira clara, tranquila, com solidez e certeza. Festejar o sucesso, por menor que seja, faz com que aquilo que alcançamos seja aprendido por completo através das energias dos fluxos sefiróticos.

Agora, a prática desse princípio.

Estou gordo. Sinto fome. Estou tentando fazer regime, mas quero comer um Big Mac quádruplo. É um exemplo bem simples, mas quem passa por isso sabe da dificuldade.

No momento que sentimos a fome, dispara a vontade de comer o que tem pela frente. Em meio a essa vontade, pensamentos de auto-reprovação aparecem. Pare e os ouça. São pensamentos que realmente estão te reprovando e vão agir concretamente para que o que vc vai comer te faça mal. Concentre-se nessa ideia, nesse pensamento que te veio, como se fosse de outra pessoa. Conscientize-se, absorva o significado, entenda por que te veio, e ouça com os ouvidos da emoção. Coma, mas o suficiente para satisfazer a fome, nada mais que isso. Sem gula, sem exageros, sem desesperos. O grande segredo é saber ouvir a voz de Chochmá.

Pense nesse exemplo com relação a estudar para uma prova, em se preparar para uma entrevista de emprego, em organizar seu trabalho, em como lidar com a família, com a esposa, com os filhos. Pensa nessa voz que te fala na hora de tratar com as pessoas, em agradecer, em retribuir um favor, em honrar a palavra que deu, em se sentir grato por estar vivo.

A voz de Chochmá é capaz de mudar as nossas atitudes em direção ao que queremos ser.

Uma síntese da Sefirá de Chochmá:

A Chochmá contém as energias do pensamento reativo. Nela as ideias, os pensamentos, as intuições ainda não tem uma forma, é um estado de "pescar" sabedorias do cosmo, de D' us, do Ein Sof (Sem Fim).

Esse pensamento reativo, inconsciente, que brota na mente e é capaz de transformar-se numa profecia, que auto-realiza-se. É tão enraizado o pensamento que se fixa no inconsciente e acaba se tornando um paradigma para quem o pensa. Como paradigma, e a certeza como é aceita, a atividade mental cria as suas próprias evidência dessa realidade. Não diferencia pensamentos bons de pensamentos ruins, apenas os aceita inquestionavelmente. É o acesso ao pensar puro, sem palavras, sem imagens. A força dessa energia pode ser tanto construtiva como destrutiva. É a energia pensante do Universo.