segunda-feira, 10 de outubro de 2016

TEMA 3: Caminho de Shin - Conexão de Chochmá com Biná


Os quatro mundos em que a Árvore da Vida está dividida: 1) Atsilut, o mundo de Ên Sof, 2) Beriyá, o mundo do pensamento, tanto da sabedoria abstrata como dos pensamentos como entendimento. Nele estão contidas as Sefirót de Chochmá, Biná e Daat; 3) Yetsirá, o mundo das emoções e sentimentos. Nele estão contidos as Sefirót de Chéssed, Guevurá, Tiféret, Netsach, Hod e Yessod; 4) Assiyá, o mundo física de nossas sensações. Esses quatro mundos contemplam as características de nossas duas almas, a alma animal (Nêfesh Elokit) e a alma animal (Nêfesh Bechamit).

Já conversamos sobre a Sefirá de Chochma. Em síntese é um fluxo de energia onde flui um pensamento reativo, inconsciente, que brota na mente e é capaz de transformar-se numa profecia, que auto-realiza-se. Tudo que é pensado é considerado uma verdade. É tão enraizado o pensamento que se fixa no inconsciente e acaba se tornando um paradigma para quem o pensa. Como paradigma, e a certeza como é aceita, a atividade mental cria as suas próprias evidência dessa realidade. Isto é, a mente cria uma realidade interna desconectada da realidade. É transcendente.

A Sefirá de Biná, a próxima depois de Chochma,, por enquanto podemos dizer que é o entendimento racional das energias que fluem de Chochmá.

O caminho que liga Chochmá a Biná representa o primeiro elemento da natureza, o elemento fogo e a letra hebraica associada a esse caminho é o Shin.

Na ilustração, podemos ver quatro planos que separam o espaço que envolve o mundo transcendente e o mundo concreto. Atsilut, Beriyá, Yetsiá e Assiyá. Atsilut é o mundo de Ein Sof, o mundo sem fim de D´us. O segundo plano é Beriyá, o mundo onde estão as Sefirót que estamos estudando.

O mundo de Beriyá contém as Sefirót de Chochmá, Biná e Daat. Nesse mundo as energias que fluem entre as Sefirót são as energias originadas na Criação e usadas para ciar o mundo. Em tudo no mundo essas energias estão presentes. No mundo de Beriyá os fluxos referem-se ao intelecto, a mente consciente e inconsciente. O mundo onde convive o ser e o não ser. É o "mundo das ideias" de Platão. No Wikipédia, a teoria das ideias de Platão é sintetizada:

"A Teoria das Ideias ou Teoria das Formas é um corpo de conceitos filosóficos criado por Platão, na Grécia Antiga. Esta teoria assevera que a realidade mais fundamental é composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os únicos objetos passíveis de oferecer verdadeiro conhecimento. A teoria foi desenvolvida em vários de seus diálogos como uma tentativa de resolver o problema dos universais".

O diálogo de Platão que mais desenvolve essa teoria é Timeo. Encontrei uma versão muito boa na Internet. O tradutor e comentários de Rodolfo Lopes. Faculdade de Letras de Coimbra.

Nessa dimensão existe apenas as essências das coisas. Nele é pensado o cerne dos conceitos. Convive nesse mundo a possibilidade do ser e do não ser, que torna-se possível por essas energias estarem desvinculadas do mundo concreto e da realidade, até que atinja a terceira Sefirá que é Daat, que unirá a mente às emoções.

Para as energias. que descrevemos acima, Chochmá flui em direção a Biná (entendimento), o caminho pelo qual essa energia flui é no elemento fogo (letra Shin), a energia capta as características desse elemento. Assim, a energia que faz fluir o conteúdo de Chochmá para Biná é realizado tendo como fluxo energético o elemento fogo.

O elemento fogo é responsável pela energia universal radiante. Essa energia é transferida de forma inflamada e entusiástica. Jung definiu esse fluxo (do elemento fogo) como "núcleo dinâmico da energia psíquica". A energia do elemento fogo flui espontaneamente de maneira inspirada e automotivada. Os meios dessa energia fluir através da determinação, da fé em si mesmo, do entusiasmo, força e honestidade. A liberdade é o status necessário para ela fluir. Com tudo isso a energia do elemento fogo pode ser capaz de dirigir conscientemente o poder da vontade, que em Chochmá está sem forma e sem foco. A tradução do nome da letra Shin, que caracteriza esse caminho, literalmente significa fogo. O formato da letra Shin lembra uma fogueira (com três chamas). Três chamas voltadas para cima. A palavra Shin, bem como a palavra Shaná (ano), derivam da raiz Shiná, que significa mudança.

Veremos mais tarde, que cada Sefirá contém também os quatro elementos, dividindo-as em quatro partes. Fogo voltando seu fluxo para cima, terra para a esquerda, ar para baixo e água para a direita.
Com o estudo da Sefirá de Biná (á direita de Chovhmá) e Daat (a Sefirá que forma um triangula em Beriyá, poderemos discutir os fluxos mentais num contexto integrado, que pode começar a ser utilizado para o autoconhecimento e desenvolvimento.

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